Mesmo utilizando produtos para evitar a infestação, os pugs de Kaciane Martins ficaram doentes
Um aumento dos casos da doença do carrapato , uma hemoparasitose que causa anemia e pode levar à morte, está preocupando os donos de cães da cidade de São Paulo. Entre as pessoas que denunciaram o problema foi Kaciane Martins, dona dos pugs Romeu e Napoleão, que foram diagnosticados com a doença.
Kaciane compartilhou o dignóstico de Romeu no Instagram com os mais de 46 mil seguidores do perfil dos pugs (@pugs.ciclistas) e aproveitou para alertar sobre o possível surto da doença do carrapato em São Paulo. Danielle Silveira, veterinária do Seres da rede Petz que atendeu Romeu, afirma que a quantidade de cães infectados que chegam no hospital cresceu bastante nos últimos meses. “Isso pode ser atribuído também a estação de calor que passamos no começo do ano, afinal, no verão existe uma maior reprodução desses animais , fora que é uma época do ano que as pessoas saem mais de casa e levam os pets para praças e parques”, explica.
Agora, durante a pandemia, muitos donos estão evitando de passear com seus pets, respeitando as regras de isolamento social. Mesmo assim, os casos da doença continuam aumentando, já que o diagnóstico tardio é frequente porque os sintomas podem não ser notados logo no início. “As formas de diagnosticar as hemoparasitoses são através de exames de sangue específicos e as vezes precisando de 2 ou 3 testes diferentes para chegarmos a uma definição”, completa, Danielle.
Esse foi o caso do cão Romeu. “Descobri a doença sem querer. Levei ele para fazer uma ultrassonografia porque o Romeu estava sem apetite e com dor no estômago”, conta. “No resultado do exame veio uma ligeira alteração no baço.” Ao fazer o exame de sangue, foi comprovado que o pug estava com o nível das plaquetas no limite mínimo.
“Ao perceber a alteração nas plaquetas, fizemos exame para a doença do carrapato, e o resultado foi positivo”, explica Kaciane. “Achei tudo isso muito estranho, porque medico meus pugs com remédios que alegavam prevenir a doença do carrapato.” O que a dona descobriu foi que estes medicamentos apenas previnem a infestação do parasita, mas que se o pet for picado por um carrapato infectado, ele pode pegar a doença mesmo assim. O medicamento apenas irá evitar que o inseto se reproduza. “Descobri que não existe nenhum remédio que previna a doença do carrapato em si.”
A dona conta também que em 2019, seu outro pug, Napoleão, também foi diagnosticado com a doença. “Eu usava tanto a coleira repelente quanto o medicamento, e mesmo assim eles ficaram doentes”, finaliza.
Procuramos a MSD Saúde, que produz o Bravecto, medicamento que diz matar 90% das pulgas e carrapatos apenas 4 horas depois de ser administrado ao pet, para falar sobre a eficácia do produto. Foi o mesmo remédio que Kaciane utilizou e, mesmo assim, seus pugs pegaram uma das doenças transmitidas pelos carrapatos. Márcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico da MSD Saúde, se dispôs a explicar como funciona o Bravecto.
“Um ponto muito importante é que precisamos evitar a exposição do animal ao parasita. Quanto menos ele for exposto, menos chances de contrair a doença. O tempo que o carrapato fica no animal afeta na transmissão das hemoparasitoses, sendo que temos doenças que precisam que o inseto fique no pet de 12 a 18 horas para isso”, conta.
Márcio deixa claro que o produto reduz a possibilidade de transmissão, mas não deixa ela nula. “É sempre importante esclarecermos para os consumidores qual é a ação do produto. Como disse, alguns carrapatos precisam ficar mais de 12 horas presos no animal para transmitirem certas doenças, e o Bravecto mata com apenas 4 horas.” Mesmo assim, existem hemoparasitoses que são transmitidas em menos tempo e, por isso, é de extrema importância consultar o médico veterinário assim que o parasita for encontrado no animal.
Esse foi o caso dos cães de Kaciane. O produto evitou a infestação e matou os parasitas, porém, as doenças transmitidas precisavam de pouco tempo entre o contato do carrapato com o cachorro. Mas não são apenas os animais que correm risco com esses insetos. “Dentre essas doenças transmitidas por carrapatos, algumas delas podem acometer os seres humanos, como a febre maculosa e a doença de lyme. Então, uma vez que eu controlo muito bem esses parasitas no ambiente, eu não estou protegendo só o animal, mas também o ser humano”, finaliza Márcio.
Ou seja, utilizar os produtos repelentes e outros medicamentos de via oral e uso tópico são de extrema importância para proteger não só seu pet, mas também os humanos que vivem em volta dele. Mesmo que os remédios não anulem a possibilidade do cão ou gato ficar doente, elas reduzem muito essas chances, protegendo o dono, o animal de estimação, e outros pets com quem ele tiver contato.
Fonte: undefined – iG @ https://canaldopet.ig.com.br/cuidados/saude/2020-06-16/surto-da-doenca-do-carrapato-em-sao-paulo-preocupa-donos-de-caes.html